A articulação dos quadris é fundamental para a mobilidade e a sustentação do corpo, mas, por diversos motivos, ela pode ser prejudicada ao longo do tempo, necessitando de intervenção cirúrgica. Este artigo aborda os principais fatores de risco que podem te levar à cirurgia do quadril com o objetivo de te ajudar a entender como você pode prevenir o problema.
Vamos começar pelo mais comum, já batido (mas necessário) e famoso vilão da nossa saúde. Adivinhou? É, sim, o sedentarismo.
A falta de atividade física pode desencadear uma série de problemas que afetam sua saúde em geral, e o quadril não foge à regra. Isso porque o sedentarismo aumenta o risco de desenvolver condições que requerem intervenção cirúrgica. Saiba como ele impacta nosso quadril:
1. Perda de Força Muscular - Quando o corpo permanece inativo por longos períodos, os músculos ao redor do quadril, como os glúteos e o núcleo, enfraquecem. Esses músculos são fundamentais para estabilizar a articulação e absorver impactos. Sem força muscular, cresce a pressão sobre o quadril, favorecendo o desgaste da cartilagem e o desenvolvimento de condições como a osteoartrite, que podem, eventualmente, exigir cirurgia para aliviar a dor e restaurar a função.
2. Rígido Articular - A falta de exercícios físicos pode resultar em dores nas articulações, incluindo o quadril. Quando as articulações não são movimentadas regularmente, a circulação do fluido sinovial (líquido que lubrifica as articulações) diminui, o que prejudica a nutrição da cartilagem. Isso pode levar à interrupção precoce da articulação e ao aumento do risco de lesões.
3. Aumento do Peso Corporal - O sedentarismo está diretamente associado ao ganho de peso e à obesidade, especialmente com o avanço da idade, o que leva a uma carga pesada nas articulações do quadril, acelerando o desgaste da cartilagem e favorecendo o desenvolvimento de doenças articulares degenerativas. A situação é tão grave que, em casos avançados, quando o dano é severo, a substituição do quadril pode ser indicada.
4. Impacto na Saúde Óssea - A falta de atividade física também contribui para a diminuição da densidade óssea, aumentando o risco de osteoporose. Ossos mais fracos e frágeis são mais suscetíveis a fraturas, especialmente no quadril, o que pode levar à necessidade de cirurgia para corrigir a fratura e evitar complicações graves.
Prevenção e manejo
Agora uma pergunta fácil: O que fazer para reduzir o risco de problemas no quadril relacionados ao sedentarismo? Adotar um estilo de vida ativo, é claro!
Praticar exercícios regularmente, como caminhadas, natação ou ioga, ajuda a fortalecer os músculos ao redor do quadril, melhorar a flexibilidade e manter um peso corporal saudável. Vale reforçar que exercícios de resistência são importantes para a saúde óssea.
Ao contribuir para o enfraquecimento muscular, desconforto articular, aumento do peso corporal e fragilidade óssea, o sedentarismo pode aumentar o risco de condições que levam à necessidade de cirurgia de quadril. Manter-se ativo e cuidar da saúde geral pode prevenir o desgaste precoce e evitar complicações que possam exigir intervenção cirúrgica no futuro.
Cargas pesadas
Outra circunstância comum à rotina de muitas pessoas, inclusive profissional, as tarefas que exigem carga de peso podem aumentar a probabilidade de problemas no quadrilátero e, em casos graves, levar à mesa de cirurgia. Veja como atividades que envolvem levantar, carregar e/ou mover cargas pesadas afetam a saúde do quadril:
1. Desgaste Acelerado da Articulação - Carregar peso excessivo de forma repetitiva aumenta a pressão sobre a articulação do quadrilátero. Esse esforço adicional pode causar um desgaste mais rápido da cartilagem que reveste a articulação, favorecendo o desenvolvimento da osteoartrite. Em casos de desgaste severo, cujos tratamentos conservadores não são eficazes para aliviar a dor, a substituição do quadril por uma prótese pode ser necessária.
2. Lesões Musculares e Tendinosas - Levantar peso com frequência pode sobrecarregar os músculos e tendões ao redor do quadril. Isso pode causar inflamação crônica, como tendinite e bursite, ou até mesmo lesões agudas. Se não forem tratadas corretamente, essas lesões podem evoluir para um quadro de dor persistente e limitações de movimento, exigindo a intervenção cirúrgica.
3. Impacto na Biomecânica do Corpo - Levantar e carregar objetos pesados frequentemente pode levar a compensações na postura e nos padrões de movimento, alterando a biomecânica do corpo. Essas compensações podem sobrecarregar a articulação do quadrilátero, gerando desequilíbrios musculares e articulares. Em alguns anos, esses movimentos podem causar danos às articulações de tal forma, que a saída será a correção cirúrgica.
4. Fraturas por Estresse - Embora sejam mais comuns nos ossos das pernas, as fraturas por estresse também podem ocorrer na região do quadril, especialmente em pessoas que realizam atividades físicas extenuantes ou carregam cargas pesadas regularmente. Esse tipo de fratura ocorre devido à reprodução de movimentos de alta carga e impacto, que causam microlesões nos ossos. Em casos graves, a cirurgia pode ser indicada para estabilizar a fratura.
Fatores agravantes
Se o cenário já é preocupante, alguns fatores podem agravar o risco de problemas no quadril para trabalhadores que carregam peso, como:
Como prevenir
Para minimizar os riscos associados ao trabalho que exige carregamento de peso, é importante adotar práticas seguras. Confira as principais delas:
Outros fatores que aumentam os riscos de cirurgia de quadril
Depois de conhecermos os fatores mais comuns do nosso dia a dia que aumentam os riscos de problemas no quadril e que podem levar a uma cirurgia, vamos conhecer agora outras causas que também merecem atenção para garantirmos nossa mobilidade:
1. Osteoartrite e Artrite Reumatoide - Uma das causas mais comuns que levam à cirurgia de quadril é a osteoartrite, uma condição degenerativa em que a cartilagem que protege a articulação se desgasta ao longo do tempo. Pacientes nessa situação sentem muita dor, desconforto e têm a mobilidade limitada, especialmente quem já passou dos 50 anos.
A artrite reumatoide, uma doença inflamatória que ataca o revestimento das articulações, também pode danificar o quadril a ponto de exigir cirurgia, inclusive, em casos mais graves, é indicada a artroplastia total do quadril (prótese).
2. Lesões Traumáticas - Fraturas e outras lesões traumáticas no quadril, a maioria provocada por acidente, queda ou impacto esportivo, são fatores de risco significativos para a necessidade de cirurgia. Um dos públicos mais sensíveis é o de idosos. Na terceira idade, as fraturas do quadril são comuns devido à fragilidade óssea associada à osteoporose, e muitas vezes são necessárias intervenções cirúrgicas para restaurar a funcionalidade.
3. Impacto Femoroacetabular (FAI) - A síndrome do impacto femoroacetabular (FAI) ocorre quando há um formato anômalo nos ossos do quadril, causando atrito entre a cabeça do fêmur e o acetábulo (cavidade do quadril). Esse atrito pode danificar a cartilagem e o lábio (tecido ao redor da articulação), causando dores e limitações dos movimentos.
Se não for tratada, a FAI pode evoluir para uma osteoartrite precoce, aumentando o risco de cirurgia em médio prazo. Dependendo do grau do impacto e dos danos, a correção cirúrgica pode ser necessária para remodelar os ossos e restaurar o movimento sem dor.
4. Displasia do Quadril - A displasia do quadril é uma condição congênita em que a articulação não se forma correta, causando instabilidade e desgaste precoce. Nos casos mais graves, a articulação pode se deslocar facilmente. Quando essa condição não é corrigida na infância, pode evoluir e causar dores graves e perda de função na vida adulta, exigindo intervenção cirúrgica.
A cirurgia pode envolver procedimentos para corrigir o posicionamento dos ossos ou, em casos avançados, a substituição completa do quadril com uma prótese.
5. Necrose Avascular - A necrose avascular é uma condição em que o fluxo sanguíneo para a cabeça do fêmur é interrompido, causando morte do tecido ósseo. Isso pode resultar no colapso da articulação e uma dor significativa. Fatores como uso prolongado de corticosteroides, consumo excessivo de álcool, traumas ou certas doenças autoimunes aumentam o risco dessa condição.
Nos estágios iniciais, a necrose avascular pode ser tratada com medidas conservadoras, mas, à medida que progride, a substituição do quadril por uma prótese pode se tornar necessária para aliviar a dor e restaurar a função.
Prevenção e tratamento precoce
Como vimos, existem diversos fatores de risco à saúde do quadril, como condições degenerativas, lesões traumáticas e problemas congênitos. Muitos deles podem levar à necessidade de cirurgia.
A velha e conhecida fórmula, prevenção e tratamento precoce, continua sendo a melhor opção para evitar a progressão dos danos e melhorar a qualidade de vida.
Se você sentir dores persistentes ou tiver limitações nos movimentos do quadril, procure orientação de um profissional ortopedista para um diagnóstico correto e prescrição das melhores opções de tratamento. Assim, você se mantém bem e em movimento por muito mais tempo.